quarta-feira, 18 de abril de 2018


Cuidados odontológicos preventivos em pacientes que serão submetidos à terapias oncológicas

Alessandra Rossi CRO GO 4869
Rafael Rossi CRO GO 5444
Caroline Medeiros Moura CRO GO 15637


Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA) José Alencar Gomes da Silva, nos anos de 2018-2019 estima-se que haverá uma ocorrência de 600 mil novos casos de câncer no Brasil, para cada um desses dois anos. Ao serem apresentados os dados, o INCA exibiu ainda vídeos de pessoas que se curaram de câncer e reforçou a campanha contra a estigmatização da doença, que tem como slogan "o câncer não pode acabar com a vontade de viver". O instituto reforçou também a necessidade de combater a desinformação sobre a doença, promovendo um debate sobre fake news (notícias falsas), saúde e câncer. A diretora-geral do INCA, Ana Cristina Pinho Mendes destacou que as notícias falsas podem afastar as pessoas do tratamento correto e gerar frustrações.
Diante da necessidade em combater a desinformação, discutiremos a importância da saúde bucal com o principal intuito de prevenir ou diminuir os efeitos não desejados no decorrer do tratamento de câncer e ao final, proporcionar uma melhor qualidade de vida aos pacientes, um assunto ainda tão desconhecido e pouco apresentado pelos profissionais.
Pacientes diagnosticados com câncer podem receber como forma de tratamento procedimentos como radioterapia, quimioterapia e cirurgia. Na radioterapia o paciente é submetido a uma radiação ionizante e na quimioterapia recebe medicamentos, compostos químicos. Essas duas terapias vão ser capazes de causar a morte programada de células cancerígenas e ao mesmo tempo impedir a divisão dessas células, que possuem uma enorme capacidade de proliferação. Porém as células destruídas não são somente estas, alguns tecidos do nosso corpo também apresentam grande capacidade de proliferação, mesmo saudáveis, normais, e estes também serão afetados. Dentro da equipe de tratamento de pacientes com câncer, uma presença indispensável é a do Cirurgião-Dentista, pois a mucosa que reveste a cavidade bucal possui essa grande capacidade de proliferação, sendo muito prejudicada com os tratamentos antineoplásicos (NEVILLE et al., 2009). Com isso, devemos destacar a importância do paciente fazer um acompanhamento junto ao seu Dentista, antes, durante e após o tratamento oncológico, mesmo que o câncer não seja situado na cavidade bucal, mas também em outras regiões do corpo (informação verbal)[1].
Muitas são as complicações que o paciente em tratamento oncológico pode desenvolver: mucosite (inflamação da mucosa oral), perda de paladar, xerostomia (sensação de boca seca), hemorragia, osteorradionecrose (necrose do osso induzida pela radiação), trismo (dificuldade de abrir a boca), que podem gerar dificuldade de alimentação, desconforto, dor (DANYELLE, M. et al., 2010; NEVILLE et al., 2009). Estas complicações podem também interferir no protocolo de tratamento do câncer ao qual o paciente está sendo submetido, pois após receber algumas sessões do tratamento, e na presença de complicações bucais, faz-se necessário interromper as sessões até a recuperação do paciente, dando então chance para que as células cancerígenas continuem se multiplicando e atrapalhando o processo de cura e o sucesso do tratamento (informação verbal)[2].
Com isso, podemos destacar mais uma vez a importância do Cirurgião-Dentista dentro da equipe de tratamento na luta contra o câncer (BADAUY, G. et al., 2014), atuando de forma à prevenir ou minimizar as complicações bucais, realizar tratamentos odontológicos como: procedimentos restauradores, tratamentos de canais (endodontia), extrações, limpezas, aplicações de flúor, orientações de higiene bucal, orientações de dieta, ou seja, realizar a adequação do meio bucal para posteriormente o paciente receber a radioterapia ou quimioterapia. No entanto, em alguns casos o tratamento contra o câncer deve ser iniciado o mais rápido possível, ou pelo diagnóstico ter sido realizado de forma tardia ou pela gravidade do câncer, não tendo então o Cirurgião-Dentista o tempo necessário para a realização das adequações do meio bucal, por isso salientamos a importância em manter a saúde bucal sempre em dia, realizando consultas semetrais com seu Dentista. 
Em virtude do que foi mencionado, retornamos a frase em destaque no início de nosso texto: “o câncer não pode acabar com a vontade de viver” e como profissional, o Cirurgião-Dentista está apto e capaz a auxiliar seu paciente nessa luta, oferecendo-lhe uma melhor qualidade de vida, conforto, bem-estar e saúde (MOURA, C. M. e ROSSI-COELHO A., 2017).
FAÇA JÁ SUA CONSULTA, PARA PREVENÇÃO, ADEQUAÇÃO OU TRATAMENTO!



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


ANDERSON, L.; MEDEIROS, F. B.; CIAMPONI, A. L. Cuidados odontológicos em pacientes oncológicos. p. 24–26, 2014.

ANDREWS, N.; GRIFFITHS, C. Dental complications of head and neck radiotherapy: Part 2. Australian dental journal, v. 46, n. 3, p. 174–182, 2001.

BEECH, N. et al. Dental management of patients irradiated for head and neck cancer. Australian dental journal, v. 59, n. 1, p. 20–28, 2014.

CORREIA, C. et al. Condutas práticas e efetivas recomendadas ao cirurgião dentista no tratamento pré, trans e pós do câncer bucal. p. 368–372, 2013.

BADAUY, G. et al. Avaliação clínica e molecular do efeito do laser de baixa intensidade na prevenção da mucosite oral em pacientes submetidos a transplante de medula óssea. 2014. 81f. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde) – Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2014.

INCA, Controle do Câncer: uma proposta de integração ensino-serviço. 2 ed. rev. atual. - Rio de Janeiro: Pro-Onco. 1993. Disponível em: < http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=101 >. Acesso em: 12 de abr. 2017.

JESUS, L. A. Avaliação pré-operatória e condutas em Odontologia. 1ª edição. Goiânia: AB Editora, 2011.

LITTLE, FALACE, MILLER, RHODUS, Manejo Odontológico do Paciente Clinicamente Comprometido, 7ª edição, p. 3-17; 205-227; 269-291; 415-441, 2009.

MOURA, C. M.; ROSSI-COELHO, A. Abordagem endodôntica em pacientes com comprometimento sistêmico. 2017. 37 f. Revisão de Literatura (Graduação em Odontologia) – Universidade Paulista, Goiânia, 2017.

NEVILLE, B.W et al. Patologia Oral e Maxilofacial. 3ª edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.



[1] Notícia fornecida por Geisa Badauy Lauria Silva no Conselho Regional de Odontologia de Goiás, em Goiânia, em Março de 2018.
[2] Notícia fornecida por Geisa Badauy Lauria Silva no Conselho Regional de Odontologia de Goiás, em Goiânia, em Março de 2018.

domingo, 21 de maio de 2017

A Endodontia de hoje

   O tratamento endodôntico tem vivido avanços tecnológicos que levaram a um grande aprimoramento da especialidade principalmente no preparo do canal radicular. No que se refere a instrumentação mecanizada, vários sistemas surgem a cada dia cujos instrumentos confeccionados em NiTi se diferem pelo design, sequência operatória, conicidade, características da própria liga, bem como os métodos de fabricação.
      A endodontia deixa de ser uma especialidade em que os procedimentos são meramente repetitivos e passa a exigir do profissional um conhecimento aprofundado sobre o instrumental endodôntico, no que se refere às características geométricas e ao comportamento mecânico. Fato este que permite uma melhor seleção e planejamento do sistema ou sistemas (hibridização) mais apropriados para cada caso clínico, conferindo também uma visão mais crítica ao profissional que não deve ser guiado somente pelo interesse do fabricante e/ou mercado. Ou seja, é preciso pensar e planejar uma estratégia adequada independente do sistema disponível e de protocolos enrijecidos.
     Mais do que nunca o profissional deve estar sempre em constante atualização, não para comprar o último lançamento do mercado, mas para ser capaz de planejar adequadamente, selecionar os casos de acordo com o sistema de instrumentação mais apropriado e obter soluções.


terça-feira, 29 de setembro de 2015

INSTRUMENTAÇÃO MECANIZADA EM ENDODONTIA

A Endodontia tem vivido nos últimos anos avanços tecnológicos não observados em toda história da especialidade. Estas tecnologias já estão incorporadas, em sua maioria, às atividades diárias dos endodontista por apresentarem eficácia comprovada e por serem aplicáveis devido a evolução e simplificação dos novos aparelhos (motores, localizadores eletrônicos foraminais, ultrassom, microscópios). Além disso, os profissionais poderão esperar prognóstico mais favorável, maior porcentagem de sucesso clínico e radiográfico, maior conforto e satisfação para o paciente e o profissional (Leonardo, M. R. 2009).


·         Motor para instrumentação endodôntica

Até o início da década de 1990 o preparo mecânico dos canais radiculares estava vinculado a instrumentação manual com  limas de aço inoxidável que apresentam limitações físicas frente a complexidade da anatomia interna especialmente no preparo de canais curvos e/ou atresiados. A maioria dos canais radiculares apresenta curvaturas em múltiplas posições e planos, enquanto estes instrumentos são confeccionados a partir de peças retas de pouca flexibilidade. Isto resulta em uma distribuição irregular de forças em determinadas áreas de contato, tendendo o instrumento a se retificar e, consequentemente, promover desgaste assimétrico nas paredes internas do canal. Portanto, a instrumentação torna-se crítica, com possível ocorrência de acidentes operatórios como transporte, zip, fratura, degrau, perfuração, dentre outros, comprometendo o prognóstico do tratamento (Peters et al. 2003).

A utilização da liga de Níquel-titânio (NiTi) possibilitou o desenvolvimento de instrumentos endodônticos com profundas alterações de desenho, fabricação e o movimento rotatório completo ou reciprocante acionado por um motor específico. Essas limas possuem a propriedade de memória de forma e superelasticidade (Walia et al. 1988), sendo que essa alta flexibilidade permite acompanhar melhor as curvaturas dos canais radiculares e proporcionar maior eficiência, rapidez e segurança nos tratamentos endodônticos (Peters et al. 2004).

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Aplicações do Ultrassom em Endodontia

Os dispositivos ultrassônicos foram introduzidos na endodontia por Richmana em 1957. Hoje com o aperfeiçoamento desta tecnologia, com o aprimoramento dos estudos de anatomia interna e do preparo dos canais radiculares tem demonstrado sua indispensável aplicação. Estes dispositivos são utilizados para a realização de abertura coronária,  localização de canais,  remoção de coroas protéticas,  remoção de pinos intra-radiculares e instrumentos fraturados no interior do canal com mais segurança e eficiência. Além disso, tem papel fundamental para tornar a irrigação dos canais radiculares mais efetiva.




Módulo de especialização (Turma V) UNIP 07/08/2015
Professor convidado: Alexandre Capelli
Equipe: 
Profª Alessandra Rossi
   Profª Cristiane Bonanato
   Profª Daniela Taguatinga
Profª Denise Ramos
Profª Francis Serqueira

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Hands On " Sistemas rotatórios FKG"

Turma de Especialização em Endodontia UNIP (Turma 5) - 04/07/2015
 Profª ALESSANDRA ROSSI

Defesa Mestrado em Clínica Odontológica 12/03/2015 ALESSANDRA ROSSI - UFG

Banca: Prof. Dr. Carlos Estrela
            Prof. Dr. João Batista de Souza
            Prof. Dr. Orlando Aguirre Guedes
            Prof. Dr. Daniel de Almeida Decúrcio
Dissertação: Efeito antibacteriano do sistema Endox associado a diferentes protocolos de irrigação no preparo de canais infectados

Qualificação Mestrado 27/11/2014 ALESSANDRA ROSSI